sexta-feira, 30 de julho de 2010

White Jazz - Noites Brancas

Título: White Jazz - Noites Brancas
Autor: James Ellroy
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
Los Angeles 1958. O FBI decide proceder a uma investigação para acabar com as lotarias clandestinas do pugilismo, ligadas ao crime organizado e às máfias que proliferam em toda a região do Sul da Califórnia. A iniciativa é encarada como manobra política e forma de lançar suspeitas sobre a corrupção dentro do próprio Los Angeles Police Department. Um enredo que nos leva aos clubes de jazz do sul da cidade, onde se cruzam os ícones do be-bop, os heróis do white jazz, e outras figuras do submundo do crime.

Opinião:
Mesmo que não identifiquem o nome de James Ellroy à primeira, reconhecerão as adaptações ao cinema das suas obras. "Dália Negra", "LA Confidencial"... "White Jazz" é o último título da tetralogia a que também pertencem essas duas obras: "L. A. Quartet". Para além de algumas das personagens, os quatro títulos têm em comum decorrerem em Los Angeles nas décadas de 40, 50, e o tema da corrupção policial.
Sendo o meu primeiro livro de James Ellroy, demorei a entrar no seu estilo. Escreve de forma "telegráfica", utilizando um mínimo de palavras de ligação na narração. Noutro ponto, apresenta-nos quase todas as personagens em poucas páginas, de forma célere. Estes dois factores fizeram com que andasse desorientado na leitura nas primeiras 100 páginas do livro...
Porém, acabei por entrar na história (ou ela em mim). O estilo entranhou-se, LA, os polícias, os governadores surgiam em tons de cinzento na minha imaginação, tudo colorido apenas pelo vermelho vivo (ou morto) de cenas violentas, sangrentas, das que nos fazem virar a cara no cinema (na leitura, temos de as aceitar). 
Todos os personagens acabam por mostrar a sua ligação com a trama central, ao mesmo tempo que são expostas todos os podres, as taras, vinganças, raiva, ou, simplesmente, instinto de sobreviência.
A intensidade do final é, em todos os sentidos, brutal. 
E acabo por compreender as frases estampadas na capa, como: "Mais negro que o noir..." e rendo-me à mestria do autor.

Um livro que altera muitas das convenções sobre o estilo do policial negro.

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