segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Olho de Jade

Título: O Olho de Jade
Autora: Diane Wei Liang
Editora: Bizâncio

Sinopse:
Mei é uma chinesa moderna e independente; tem a sua empresa em Pequim, trabalhando como detective privada. Tem automóvel, e mesmo o «luxo» mais moderno: um secretário. Um dia, o «tio» Chen, um amigo chegado da mãe, dá-lhe um caso para investigar. Pede-lhe que encontre uma peça de jade da dinastia Han, de grande valor, desviada de um museu durante os anos da Revolução Cultural quando os Guardas Vermelhos infestavam as ruas e destruíam muitos vestígios do passado. A investigação força-a a mergulhar na parte sombria e brutal da história da China — os campos de trabalho de Mao e as inúmeras mortes pelas quais jamais alguém foi responsabilizado — expondo as escolhas dolorosas feitas durante a Revolução: matar ou ser morto, amar ou viver. O Olho de Jade permite-nos vislumbrar também a fascinante vida citadina na China moderna.
Diane Wei Liang retrata com grande vivacidade a azáfama de Pequim, desde os antros de jogo e os bares que servem refeições baratas até ao esplendor da Cidade Proibida. Com um magnífico elenco de personagens, abrangendo toda a escala social dos mais humildes trabalhadores aos funcionários governamentais, a autora analisa as relações por vezes incómodas entre o brutal passado comunista da China de Mao e o seu presente cada vez mais na via do capitalismo.

Opinião:
Ler "O Olho de Jade" foi como mergulhar de cabeça num mundo diferente. Liang presenteia-nos com uma descrição surpreendente da capital chinesa contemporânea. Sobre tradições milenares, que desde há séculos encantam e intrigam o ocidente, cresceu uma sociedade viciada suportada por redes de interesses, favores e corrupção. Prosperar neste meio sendo uma jovem solteira e com uma personalidade forte não é fácil, como descobrimos ao acompanhar Mei, a personagem principal, na sua estreia enquanto detective privada. 
Para além das descrições ricas, embora por vezes difíceis por nos serem tão estranhas, todo o caso envolvendo uma peça em jade é empolgante. Considerando que a toda a investigação Liang junta uma justa parte de problemas pessoais e familiares, está presente a receita necessária para não se largar o livro até que este tenha terminado.
Embora não se trate de uma obra-prima, este livro providencia ao leitor boas horas de descontracção e entretenimento, combinando vários elementos sem que nenhum deles se torne enfadonho.

Será provavelmente uma óptima escolha como companhia para as tardes descontraídas de férias.

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