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Cansado da sua monótona vida de arquivista, farto de um casamento que não funciona, importunado por uma sogra metediça, atormentado por credores, Mattia Pascal toma a decisão repentina de viajar até Monte Carlo. Com o pouco dinheiro que tem, joga no casino, ganha uma soma avultada e fica inebriado pela fortuna repentina. Na viagem de regresso a casa lê no jornal a estranha notícia da sua própria morte, por suicídio. Mattia Pascal morreu: finalmente livre e rico, poderá viver uma nova vida sob a capa do anonimato... «Chamo-me Mary Katherine Blackwood. Tenho dezoito anos e vivo com a minha irmã Constance. É frequente pensar que se tivesse tido um pouco de sorte poderia ter nascido lobisomem, porque o anular e o dedo médio das minhas mãos têm o mesmo comprimento, mas tive de me contentar com aquilo que tenho. Não gosto de me lavar, nem de cães ou barulho. Gosto da minha irmã Constance, de Ricardo Coração de Leão e do Amanita phalloides, o cogumelo da morte. Todas as outras pessoas da minha família estão mortas.» Assim inicia Shirley Jackson o seu último romance, de 1962, considerado pela crítica uma das obras-primas da literatura norte-americana. Neste, atinge o auge a sua perícia narrativa de tornar real ao leitor um mundo inverosímil, conseguindo ao mesmo tempo convencê-lo de que a loucura e o mal habitam os cenários mais comuns. Escritos ao longo de vários anos e alvo de constantes e obsessivos aperfeiçoamentos, os contos de «Tudo o que sobe deve convergir» foram sendo publicados separadamente, valendo à autora três prémios O'Henry - o mais prestigiado prémio para contos dos Estados Unidos. Postumamente foram recolhidos, por ordem de publicação, num único volume, considerado pela crítica como mais uma das obras-primas de Flannery O’connor, e agora pela primeira vez traduzidos em português.
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