segunda-feira, 8 de março de 2010

O Silêncio dos Teus Olhos

Título: O Silêncio dos Teus Olhos
Autor: Hugo Girão
Editora: Fronteira do Caos

Sinopse:
   O Silêncio dos Teus Olhos é uma homenagem às mulheres e um hino à vida. Um livro intimista e de grande intensidade, em que o autor explora com elegância e mestria, sentimentos e sensações que nos encantam, comovem e fazem pensar.

Opinião:
   Devo dizer que este livro me enfeitiçou pela capa. Um olhar apelativo acompanhado de um título promissor são a chave para que o olhar de um leitor se prenda nesta capa e não numa outra. E eis que ainda não o abri, e o livro já soma pontuação na escala da minha opinião!

   Depois de ter lido "O Rei e o Homem que Já Tinha Sido", não estranhei a intimidade explicita que caracteriza a escrita deste autor. Hugo Girão descreve, de forma intimista, a relação entre um casal, o amor que nutrem um pelo outro e os dissabores que sofrem pelos tombos que a vida lhes reservou. Bastam algumas linhas para que a emoção se instale à flor da pele enquanto a leitura nos revela quadros simples, situações do dia-a-dia, descodificadas com tal emoção que me foi difícil manter a compostura no comboio em que viajava! A lágrima instalou-se no limiar da pálpebra e foi uma luta constante para que um piscar de olhos mais tempestuoso não a fizesse rolar pela face. 
   Foi um carrossel de emoção a leitura destas singelas 100 páginas. A forma como o autor consegue transmitir sentimentos é peculiar e muito eficaz. No entanto, foi com alguma pena que vi o desenrolar da acção passar tão rapidamente, desenvolver-se e concluir-se como que de um sopro só, tal a velocidade a que as páginas se viraram! Este poderia ter sido um livro mais extenso, mais doloroso, deixando mais vincada a marca deste autor. De qualquer forma, o facto de ser um livro pequeno pode ser uma vantagem.

   Não é um livro alegre, mas será um livro marcante, que poderá levantar algumas questões e levar o leitor a reflectir sobre a bênção que pode ser uma vida a dois, sobre a vida e o que dela não esperamos, sobre as feridas que esta provoca e a forma como as curamos. Um livro delicioso pela sensações que invoca e pelas realidades que expõe.

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