O romance A Escrava de Córdova, de Alberto S. Santos, acaba de ser editado em Espanha, pela editora Umbriel, uma chancela das Ediciones Urano. La esclava de Córdoba, assim se intitula em castelhano, é a primeira tradução da obra de estreia do autor, que se prepara para, ainda este ano, publicar novo romance histórico com a Porto Editora.
A crença no sucesso do livro que a editora Umbriel demonstra baseia-se também no impacto da edição portuguesa: mais de 10 mil exemplares vendidos constituem um feito invulgar para uma obra de estreia de um autor nacional e, claro, atestam da respectiva qualidade literária.
A Escrava de Córdova segue a vida de Ouroana, uma jovem cristã em demanda pela liberdade e pelo seu lugar especial no mundo. Confrontada com as adversidades do tempo em que lhe foi concedido viver, e em nome do coração, a jovem terá de questionar a educação, as convicções e a fé que sempre orientaram a sua existência. Será, por entre a efervescência das mesquitas e o recato das igrejas granÌticas da sua terra, que a revelação por que tanto almeja a iluminará.
Uma história inolvidável de busca de felicidade que tem lugar nos séculos X-XI, numa época pouco tratada pela Historiografia oficial e mesmo pela ficção romanceada. Um pretexto para uma brilhante explicação sobre o caldo cultural e civilizacional celto-muçulmano dos actuais povos peninsulares e uma profunda explanação sobre as origens, fundamentos e consequências da conflituosidade étnico-religiosa que hoje, tal como no distante ano 1000, ainda grassa no mundo.
Alberto S. Santos, com rigor histórico e descrições impressivas, revela-nos a mentalidade, a geografia, o quotidiano urbano, as concepções religiosas, a fremente História do dobrar do primeiro milénio, e, sobretudo, a intensidade com que se vivia na terra onde, mais tarde, nasceram Espanha e Portugal. Dá-nos ainda a conhecer o ângulo mais brilhante, mas também o mais duro e cruel, da civilização muçulmana do al-Andalus.
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