O Que Sabemos do Amor (Begginers, na edição em inglês) é um extraordinário conjunto de histórias passadas no Midwest americano, cujas personagens são homens e mulheres que bebem, pescam e jogam às cartas para suavizar a solidão e a passagem do tempo. Destes dezassete contos, considerados obras-primas da ficção americana contemporânea, alguns foram adaptados ao cinema por Robert Altman no filme Short Cuts.
Esta é também a versão integral do livro que consagrou Carver, publicado com o título De Que Falamos Quando Falamos de Amor e que resultou de uma severa edição, que reduziu a cerca da metade o original inicialmente entregue pelo autor. Se nas suas obras posteriores Carver partiu do minimalismo adstringente de De Que Falamos Quando Falamos de Amor, não deixou porém de desenvolver a empatia expansiva e cheia de nuances que começara a emergir em O Que Sabemos do Amor. Eis, portanto, a escrita de Carver no seu estado mais puro.Gabriel está a deixar de ser criança. Cresce no seu bairro, El Viaducto, entre Villa Mariel, as linhas ferroviárias Roca e a ribeira do Sarandí. Gabriel tem um amigo adulto que dorme no cemitério. Aprende imensas coisas com ele e com os túmulos. No bairro de Gabriel, a água pútrida do Sarandí incendeia-se. Brinca com um bando de miúdos, embora brincar, quando se vive em El Viaducto, também signifique brincar com a morte.
Um país está prestes a deixar de existir. A década de oitenta arrancou e a infância vai ficando para trás entre garrafões de vinho, colectas para sexo pago, amizades validadas pelo perigo e pelo medo. Há morte e há perda no fim da infância. Contudo, o que nunca se perde é o desejo, e A origem da tristeza não renuncia à alegria.Neste romance, que tem muito de autobiografia, Pablo Ramos exibe os seus extraordinários dotes de narrador através de uma escrita luminosa e precisa de ritmo apaixonante, que sabe que o humor é mais poderoso que a autocompaixão e que a vida, se a deixarmos vibrar, abre caminhos mesmo onde estes não se vislumbram.Hidrografia Doméstica é um romance introspectivo, subtilmente impressionista, que parte de um universo quotidiano e o transforma em paisagens diferentes e numa série de desconcertante e graciosos micro-mundos. Chloé tem onze anos e vive só numa casinha no fundo do jardim de casa dos pais. O seu diálogo interior – povoado de animais, amizades, viagens, árvores e banheiras – caracteriza-se por uma rara inteligência e define-se através de qualidades opostas: a ternura e o sarcasmo, a perspicácia e a ingenuidade. Mais do que um romance de iniciação, Hidrografia Doméstica flui para um futuro, traçando um mapa de cursos de água.Uma série de "receitas" em belíssimos textos, traduzidos pelo poeta Pedro Tamen, para ajudar à cura dos "males de que padecem as mulheres, ou a identidade feminina", que vão da infelicidade à traição, à frigidez, ao receio de ficar velha, ao nervosismo, ao medo das sogras, ao mau hálito, etc., etc., através duma sabedoria que vem de trás e que conhece o "feminino" em profundidade. Isto apesar de o autor ser um homem. Mas que teve cinco irmãs, ou seis mães, como ele diz, e a quem dedica esta obra. Ele, Hector Abad Faciolince, apenas "gostava de ser (...) um bom boticário, um farmacêutico, o senhor das receitas que te perfumem (mulher triste) a fantasia." Experimente, para ver se resulta.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
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O primeiro me deixou curiosa...
ResponderEliminarHidrografia Doméstica é o que mais me intriga. :)
ResponderEliminarBoa semana!