terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Ano de 1993

Título: O Ano de 1993
Autor: José Saramago
Ilustrações: Graça Morais
Editora: Caminho

Sinopse:
«Editado pela primeira vez em 1975, a reedição da Caminho, doze anos depois, vem acompanhado pelos desenhos da pintora Graça Morais. São pequenas histórias a formarem uma só. Una e intacta. Poesia a lançar já pontes para a ficção. Sem rima, fraseada, falando do futuro da própria escrita do autor. Poemas de alerta, mas de esperança, também, apesar do desespero que reside no seu fundo ainda lírico e iniciático. ""O interrogatório do homem que saiu de casa depois da hora de recolher começou há quinze dias e ainda não acabou / Os inquiridores fazem uma pergunta em cada sessenta minutos vinte e quatro por dia e exigem cinquenta e nove respostas diferentes para cada uma / É um método novo / Acreditam que é impossível não estar a resposta verdadeira entre as cinquenta e nove que foram dadas / E contam com a perspicácia do ordenador para descobrir qual delas seja e a sua ligação com as outras / (...) / O homem que saiu de casa depois da hora de recolher não dirá porque saiu / E os inquiridores não sabem que a verdade está na sexagésima resposta / Entretanto a tortura continua até que o médico declare / Não vale a pena.""» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998).

Opinião:
Foi este o primeiro livro de José Saramago que li. De entre toda a sua obra, foi um dos títulos mais atípicos que escolhi para conhecer o nosso Nobel e devo dizer que foi... surpreendente! A leitura, como estava à espera, não é fácil. Apesar de ser um livro pequeno, para ler pausadamente, foi demasiado pausado no seu início, enquanto tentava encontrar o ritmo do autor. Depois de uns capítulos esse esforço passou a estar implícito na forma como lia e creio que foi aí que consegui entrar verdadeiramente no texto.
Este é um livro enigmático, que nos vai dando respostas com o folhear das páginas. Esta é uma história crua que relata o retorno às origens mais selvagens do homem como arma de luta pela sobrevivência. Fala de retrocesso e de avanço, dos primeiros passos dados na direcção de uma nova aprendizagem, de um novo crescimento. Este é um conto sobre renascimento.
Depois de o terminar, consigo perceber o seu real valor (para o qual as expressivas ilustrações contribuem fortemente) e antecipar o que este autor tão falado (para o bem e para o mal) tem para me oferecer.

Este não será, com certeza, o último livro que lerei do autor. Uma obra a ler, para apreciar ou criticar!

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