Mãos que falam com a pressa que lhes é devida, enterradas em ancestrais dores, lamentos de desprezo inexplorável dum quotidiano que o foi, qual ilusão agora a desbravar o tempo vermelho de todos os semáforos.
Alinham-se os planetas, numa vertical linha, preceito reflexo de sentir nevoeiros em bermas de verbos, tentando desalinhar estas andanças, pórtico chamado interrogação.
Caem vestes, túnicas de sons tão subtis na descida, sem trespassar o nevoeiro dos modos verbais, anexos no decomposto da fala.Eu não era propriamente um inocente quando deparei com ela. Muito menos um fraco exemplar da sua raça. À partida seria muito pouco provável que me sentisse com vontade de os poupar. Eles não significavam nada para mim. Se morressem somava mais uma conquista.
Fortalecia-me e avançava sem sequer olhar para trás.
Porém, algo incompreensível se interpôs, e dei por mim envolto numa teia que ajudei a tecer, num encantamento desconhecido e irrecusável.
Passei de vencedor a vencido num jogo de xadrez altamente viciante, e estrondosamente perigoso. No fim, nada mais me restava senão admirar-me com as consequências. Nunca alguém me pôde fazer frente e sair impune! Nunca ninguém sobreviveu para contar aquilo que sofreu às minhas mãos. E por mais atroz que fosse a eliminação que lhes impunha, nunca tal me pesou na consciência, porque simplesmente não a tinha.
Então, o que contribui para que ela ainda esteja viva?
domingo, 20 de dezembro de 2009
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