As origens da Agência Abreu, a mais antiga agência de viagens portuguesa e uma das mais antigas do mundo, encontram-se indissociavelmente ligadas à emigração portuguesa para o Brasil por duas razões fundamentais: o seu fundador, Bernardo Luís Vieira de Abreu, foi emigrante no Brasil, aí tendo amealhado o dinheiro necessário para se instalar como empresário, no Porto, segundo a tradição, em 1840; o volume de negócios mais significativo da Agência Abreu, até à Segunda Guerra Mundial, teve a ver com a emigração do Norte de Portugal para o Brasil.
Neste trabalho de investigação que agora se publica, em ordem a compreendermos as origens da Agência Abreu, abordamos, em primeiro lugar, a emigração portuguesa para o Brasil entre 1835-1843, procedendo à sua caracterização sumária, ao enquadramento jurídico deste fenómeno por parte do Estado português, e apresentando os resultados do inquérito parlamentar de 1843 à emigração, até ao momento inédito.
Na segunda parte, abordamos as origens da Agência Abreu, centrada no seu fundador, Bernardo Luís Vieira de Abreu.Deus não se vai embora. Todas as pessoas mais cedo ou mais tarde têm de ter uma posição sobre a existência de Deus. Não se conhece nenhuma sociedade que não tenha crenças e comportamentos religiosos. Estes dois factos são extraordinários. Se existissem excepções, a vida humana seria radicalmente diferente. Pensemos em indivíduos hipotéticos que vivessem toda uma vida sem se questionarem sobre a existência de uma entidade criadora do que existe ou a fonte do sentido para a existência do homem e do mundo. Este é um exercício difícil porque não reconhecemos traços de humanidade nesses indivíduos hipotéticos. Talvez algumas pessoas tenham sido e sejam assim. Talvez. É justo, contudo, afirmar a seu respeito que lhes falta algo, como se a grandeza da condição humana passasse obrigatoriamente por uma relação pessoal com a questão de Deus. O mesmo poderia ser afirmado a respeito de uma sociedade que não tivesse crenças religiosas, comportamentos abertamente religiosos e em que ninguém apelasse ao religioso. A imaginação de uma sociedade deste tipo é ainda mais violenta porque ainda mais improvável. Seja como for, a relação entre os seres humanos e o religioso é inesgotável. O presente volume procura compreender alguns dos aspectos dessa relação.
sábado, 24 de outubro de 2009
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