Autor: Zeruya Shalev
Editora: Editorial Presença
Sinopse:
A obra «Vida Amorosa de Uma Mulher» relata a tempestuosa e angustiante relação entre uma jovem mulher e um homem com o dobro da sua idade, em que o amor e a paixão assumem a forma de um terrível vício.
Yaará nunca havia sentido aquele misto de intensa atracção e de profunda repulsa que assaltava agora todo o seu ser, o seu corpo, subitamente desperto, a sua vida, monótona e descolorida à luz impúdica daquela nova paixão. Não conseguiria dizer o que a mantinha cativa de Arieh – amigo de juventude de seu pai -, do seu inexplicável magnetismo, da sua atitude displicente, rude, deliberadamente ambígua na estranha forma de manifestar os sentimentos. E, no entanto, sabia que o seu amor por ele se tornaria, fatidicamente, obsessivo, desesperado, destruidor. Num minuto vagava no mais luminoso mar de felicidade e, no momento seguinte, descia ao inferno, submersa nas dúvidas, nos ressentimentos, no jogo mórbido da subjugação afectiva e sexual. A doentia fascinação que sentia por aquele homem desencadeara a derrocada do seu quotidiano – a carreira académica – e, ironicamente, desvelara os contornos ocultos dos muitos ódios, culpabilidades e renúncias que povoavam o passado de seus pais e, até, a sua própria infância. No decorrer desta história, Yaará atravessa um período de grande sofrimento que acaba por despoletar um processo de maturação e crescimento interior, passando de um estado de dependência e culpabilidade para a conquista da independência psicológica e física e do amor-próprio. Uma narrativa ousada, de contornos nitidamente eróticos, inquietante e profunda, de uma beleza crepuscular, prenúncio dos insondáveis mistérios da noite que, por vezes, envolve o universo do desejo, da dependência, da obsessão sexual, no que ele tem de mais sublime e de mais grotesco, de sagrado e de profano.
Yaará nunca havia sentido aquele misto de intensa atracção e de profunda repulsa que assaltava agora todo o seu ser, o seu corpo, subitamente desperto, a sua vida, monótona e descolorida à luz impúdica daquela nova paixão. Não conseguiria dizer o que a mantinha cativa de Arieh – amigo de juventude de seu pai -, do seu inexplicável magnetismo, da sua atitude displicente, rude, deliberadamente ambígua na estranha forma de manifestar os sentimentos. E, no entanto, sabia que o seu amor por ele se tornaria, fatidicamente, obsessivo, desesperado, destruidor. Num minuto vagava no mais luminoso mar de felicidade e, no momento seguinte, descia ao inferno, submersa nas dúvidas, nos ressentimentos, no jogo mórbido da subjugação afectiva e sexual. A doentia fascinação que sentia por aquele homem desencadeara a derrocada do seu quotidiano – a carreira académica – e, ironicamente, desvelara os contornos ocultos dos muitos ódios, culpabilidades e renúncias que povoavam o passado de seus pais e, até, a sua própria infância. No decorrer desta história, Yaará atravessa um período de grande sofrimento que acaba por despoletar um processo de maturação e crescimento interior, passando de um estado de dependência e culpabilidade para a conquista da independência psicológica e física e do amor-próprio. Uma narrativa ousada, de contornos nitidamente eróticos, inquietante e profunda, de uma beleza crepuscular, prenúncio dos insondáveis mistérios da noite que, por vezes, envolve o universo do desejo, da dependência, da obsessão sexual, no que ele tem de mais sublime e de mais grotesco, de sagrado e de profano.
Opinião:
Como se percebe pela sinopse, este livro é... agreste! Comecei a sua leitura na expectativa de encontrar uma história de sexo, amor e submissão, tal como é descrito na sinopse, mas nunca pensei que ela fosse contada com a intensidade e vivacidade que encontrei! A autora descreve uma relação que cresce na direcção da pura dependência, com degradação progressiva da personagem principal, entre cenas de sexo (e não só) relatadas de forma tão clara que parece que as estamos a ver acontecer. O declínio de Yaará que se afunda numa esfera de submissão, vai leva-la a reduzir-se a quase nada perante os nossos olhos...E isto não facilita a leitura, apesar da forma fluída como está escrito o livro.
O relato deixou marca. O livro leva-nos a pensar... Em quem não quer deixar uma relação infeliz, mesmo que isso signifique manter-se como vítima de maus tratos (psicológicos e/ou físicos); e em quem é capaz de maltratar sem se cansar...
Deve ser lido com cuidado. Há períodos da narrativa menos bonitos, outros mesmo desagradáveis... Vale muito pelo alerta que lança e, como tal, chega a ser essencial para quem convive com casos semelhantes. E são tão mais do que admitimos...
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