No auge da sua carreira como pianista, Z. apanha um comboio com destino a Florença, cidade onde, a convite do governo italiano, irá dar um concerto. Pouco antes de cruzar a fronteira, é acometido por uma indisposição, e, depois da sua actuação, acaba por ser internado num hospital florentino, sendo-lhe diagnosticada uma rara doença viral. Aí, enquanto paira entre a vida e a morte, Z. levará a cabo um diálogo intenso e crítico com o seu médico, uma indagação sem concessões sobre o precário equilíbrio entre o poder curativo da ciência e o espírito de luta do paciente.
Escrito em 1946, no seguimento de As Velas Ardem até ao Fim, este romance é mais um claro exemplo da especial sensibilidade e talento do grande escritor húngaro para abordar as principais preocupações do ser humano, aquelas que transcendem as fronteiras históricas e geográficas.
Com nova capa e nova edição, a oitava, A Mancha Humana conta-nos a história e o segredo de Coleman Silk. Não se trata do segredo do caso que mantém, aos setenta e um anos, com uma mulher com metade da sua idade e um passado brutalmente devastado. Também não é o segredo do seu alegado racismo, pretexto para a caça às bruxas desencadeada pela universidade e que lhe custou o emprego, e, na sua opinião, lhe matou a mulher.
O segredo de Coleman foi guardado durante cinquenta anos: oculto da sua mulher, dos seus quatro filhos, dos seus colegas e dos seus amigos, incluindo o escritor Nathan Zuckerman, que – após a morte suspeita de Coleman, com a amante, num desastre de automóvel – resolve compreender como é que aquele homem eminente e íntegro, apreciado como educador durante quase toda a sua vida, forjou a sua identidade e como essa vida tão cuidadosamente controlada acabou por ser deslindada.
Um livro que narra o regresso e reencontro de quatro ex-combatentes da guerra colonial, o modo como a vida se lhes transtornou e se destruiu. A história prende a atenção pela narrativa articulada, por vezes irresistivelmente divertida, em que personagens e personalidades convincentes, bem desenhadas, vivem uma intriga de acontecimentos múltiplos e surpreendentes peripécias de timbre trágico e cómico, do quotidiano banal ao sucesso mais insólito.
O grande romance sobre o 25 de Abril.
Por ocasião dos 25 anos da sua primeira edição, a Dom Quixote relança este livro que, sem dúvida, marcou várias gerações de leitores.
Romance de uma família que se desfaz e refaz pelas paragens onde a levam os bons e maus augúrios que motivam a sua dispersão, Gente Feliz com Lágrimas é uma saga que irresistivelmente arrasta o leitor ao longo de cinco mundos, vividos e pensados através da obsessiva busca da felicidade que move os seus protagonistas.
Concebida polifonicamente como a descrição dos vários modos de viver a amargura que medeia entre o abandono da terra e o re¬torno ao domínio do que é familiar, esta peregrinação possível em tempos de escassez de aventura é a definitiva lição de que o regresso se não limita a perfazer o círculo, e constitui uma visão fascinante do Portugal que todos, de uma maneira ou de outra, conhecemos.
Novo livro de poesia de um dos autores mais singulares da literatura contemporânea, que recentemente foi galardoado com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana.Noite escura. Lá fora começa a nevar. A primeira neve do ano. No conforto da sua casa, Jonas acorda a meio da noite, chama pela mãe, mas o único rasto que encontra são as pegadas húmidas no chão das escadas. No jardim, a mesma figura solitária que vira durante o dia: o boneco de neve, agora banhado pelo luar, com os olhos negros fixos na janela do quarto. E no pescoço um agasalho: o cachecol cor-de-rosa que oferecera à mãe.
Encarregado da investigação, o Inspector Harry Hole está convencido de que existe uma ligação entre o estranho desaparecimento da mãe de Jonas e uma carta ameaçadora que recebeu alguns meses antes.
Edição que assinala os 50 anos de publicação de um dos mais aclamados livros do autor e que contém um prefácio do próprio John le Carré, que começa assim: “Escrevi O Espião Que Saiu do Frio aos trinta anos de idade, debaixo de grande tensão, não compartilhada, e na maior das discrições. Como funcionário de informações sob a capa de diplomata subalterno da embaixada britânica em Bona, eu era um segredo para os meus colegas e a maior parte das vezes para mim próprio. Tinha já escrito um par de romances, necessariamente sob pseudónimo, e o serviço para o qual trabalhava dera-lhes o seu beneplácito antes de serem publicados. Após longa ponderação, deu também a sua aquiescência a O Espião que Saiu do Frio. Ainda hoje não sei o que teria feito se não a tivesse dado.”
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
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