Por ocasião do 50.º aniversário da sua publicação, em 1963, a Dom Quixote reedita agora, em novo formato e com nova capa, a 37.ª edição desta obra intemporal que continua a arrebatar tanto adoles-centes como adultos.
João Sem Medo habita na aldeia Chora-Que-Logo-Bebes, cujos habitantes vivem presos à tradição de que tanto se or¬gulham: chorar de manhã à noite. Um dia, o nosso herói de¬cide saltar o Muro que protege a aldeia da Floresta Branca, local onde «os homens, perdidos dos enigmas da infância, haviam estalado uma espécie de Parque de Reserva de Entes Fantásticos». Tem assim início uma viagem surpreendente, na qual João Sem Medo se irá cruzar com bichas de sete ca¬beças, gigantes de cinco braços, fadas, bruxas, animais que falam e ainda com o mítico Príncipe das Orelhas de Burro. História fantástica que recorre ao imaginário mágico, por vezes de inspiração surrealista, este romance de José Gomes Ferreira é um prodígio de efabulação e engenho narrativo.
Retrato de um Portugal tão invisível quanto actual, Combateremos a Sombra, publicado em 2007, um livro premonitório dos tempos que vivemos, cuja 3.ª edição chega agora às livrarias, conta-nos o caso de um psicanalista que numa noite de Inverno é visitado por um antigo paciente que lhe traz uma mensagem, cujo sentido nunca conseguirá decifrar. Nessa mesma noite, perde uma mulher e ganha outra. E à sua volta a realidade começa a entretecer-se à semelhança das histórias que lhe são narradas no silêncio do seu gabinete.
Estamos perante um romance inquietante e pleno de mistério que explora os meandros da alma humana e avisa sobre o destino dos homens. Uma tensão psicológica que conduz o leitor a um lugar de observação único, pela mão de uma escritora que nos habituou a mostrar que nada de mais real existe do que o onírico, e nada de mais fantástico do que o real.
Este é o livro que Urbano Tavares Rodrigues escreveu poucas semanas antes da sua morte, a 9 de Agosto de 2013. Chamou-lhe “romance breve”, porventura a melhor descrição para esta narrativa. Em 14 curtos capítulos, deparamo-nos com algumas histórias e muitos lugares que têm como fio condutor um homem: Tiago Manuel. Tornou-se uma “figura lendária no seu Alentejo e na Lisboa que tanto amou e até por essa Europa das suas lutas e nas Américas pode onde peregrinou e deixou mistério, rastos de sonho e amor”, nas palavras do autor.
A Dom Quixote orgulha-se de publicar este texto inédito de Urbano Tavares Rodrigues, um escritor incontornável da história da literatura portuguesa
Este novo e brilhante romance tragicómico de Zadie Smith segue quatro londrinos – Leah, Natalie, Felix e Nathan – que ao chegarem à vida adulta procuram uma maneira de sair de Caldwell, o bairro social da sua infância. Desde as casas particulares até aos parques públicos, no trabalho e no lazer, a sua Londres é um lugar complexo, tão bonito quanto brutal, onde as ruas principais escondem as vielas mais esconsas, e onde tomar os caminhos mais seguros nos pode conduzir a um beco sem saída.
O leitor encontrará aqui hóspedes e anfitriões, pessoas com poder e pessoas que não o têm, pessoas que vivem em locais especiais e pessoas que não vivem em parte nenhuma. E muitos outros tipos de pessoas.
Todas as cidades são assim. Vidas encostadas umas às outras. Mundos separados.
Nascido precisamente ao bater da meia-noite, no exacto momento em que a Índia se tornava independente, Saleem Sinai é uma criança especial. No entanto, esta simultaneidade de nascimento tem consequências para as quais não está preparado: poderes telepáticos ligam-no a outros 1000 «filhos da meia-noite», todos eles dotados de dons extraordinários. Indissociavelmente ligada à sua nação, a história de Saleem é um turbilhão de desastres e triunfos que espelha o percurso da Índia moderna na sua forma mais impossível e gloriosa.
Publicado em 1981, Os Filhos da Meia-Noite, segundo romance de Rushdie, não só deu notoriedade ao seu autor como se tornou num fenómeno de êxito literário.
A sua adaptação ao cinema é o resultado da colaboração da realizadora Deepa Mehta com o próprio Salman Rushdie, que não só escreveu o argumento como dá também voz ao narrador.
Neste quinto volume estão reunidas 86 das crónicas que o autor regularmente publica na revista Visão. Ao longo destes textos, António Lobo Antunes evoca lugares, personagens, relatos do quotidiano e memórias de infância.
E com uma linguagem que nos surpreende sempre pela genialidade como junta as palavras para formar cada frase, Lobo Antunes leva-nos da tristeza à alegria e arranca-nos sorrisos pela forma como se ri de si próprio e das pequenas fraquezas de cada um de nós e que “apanha” e retrata como ninguém.
Ivan Grigórievitch tem vivido num Gulag nos últimos trinta anos. Posto em liberdade após a morte de Stálin, descobre que os anos de terror impuseram uma escravidão moral colectiva. Ivan terá então de esforçar-se por encontrar o seu lugar num mundo que lhe é estranho.
Mas a história de Ivan é apenas uma entre muitas. Assim, conhecemos também o primo de Ivan, Nikolai, um cientista que nunca deixou a sua consciência interferir na sua carreira, Pinéguin, o informador que levou a que Ivan fosse enviado para o campo de trabalhos forçados, e ainda uma série de outros informadores, cada qual com uma desculpa para os seus indesculpáveis feitos.
Tudo Passa é um romance insuportavelmente lúcido sobre o sofrimento humano, de um dos gigantes da literatura do século xx.
Uma Cana de Pesca para o Meu Avô oferece ao leitor uma colectânea dos melhores contos do autor, seleccionados e organizados pelo próprio – seis inesquecíveis histórias onde encontramos recordações de infância, as alegrias simples do amor e da amizade, a nostalgia da terra natal e dos seus lugares familiares, mas também os dramas de rua ou as tragédias vividas pela China. Com imenso talento, subtileza e inteligência, Gao Xingjian brinca com estas imagens e, com a sua escrita, leva-nos, como se nada fosse, a entrar nos seus sonhos mais íntimos – quer sejam os do rapazinho que se tornou adulto, os de um jovem recém-casado perdido de amor ou os de um banhista em risco de vida... Sorrisos e lágrimas atravessam esta leitura, que nos deixa o belo e suave sabor da emoção.Fugindo de uma família com a qual nunca se identificou, Fátimo – assim chamado por ter nascido no ano das Aparições – concorre a um lugar de professor no Liceu Infante D. Henrique, em Macau, acabando por permanecer quase toda a vida nessa cidade que, dividida em duas comunidades aparentemente estanques – a branca e a chinesa –, soube cruzar e reunir o melhor dos costumes de ambas, gerando uma atmosfera social deveras singular.
O protagonista de A Cidade do Fim, partilhando o seu tempo entre a escola e os livros, a portuguesa Maria Augusta – com quem mantém um casamento de fachada – e a chinesa Siu Lin, a «Pequena Flor de Lótus» – por quem nutre desde sempre uma paixão proibida –, será, ao longo de meio século, uma testemunha privilegiada da lenta decadência do poder imperial, dos conflitos com a comunidade chinesa e, por fim, da entrega oficial do território à República Popular da China, em 1999.
Um notável romance de Miguel Real, que assim celebra os 500 anos de relações entre Portugal e a China.
Conjugando numa unidade indivisível a tecedura das tapeçarias quatrocentistas La Dame à la Licorne com uma original interpretação da intriga nelas urdida, Maria Teresa Horta cria uma obra poética que se desdobra por vários cantos – «Arte e Ofício», «As Personagens», «As Tapeçarias», «O Mito», «À mon seul désir», «A Sedução», «Posse» e «A Eternidade» –, numa apaixonante e mágica composição que o modelo gráfico acompanha. Com esta obra complexa, na qual uma sensualidade imanente subjaz ao lirismo com que a tragédia é tecida nos seus 72 poemas, a poetisa dá voz a um fascínio que remonta ao final dos anos 50, em Paris, quando se lhe depararam as tapeçarias numa primeira visita ao Musée de Cluny, actual Musée National du Moyen Âge.
George Sand, Balzac, Jean Cocteau, Rilke, Marina Tsvétaïeva e a americana Hilda Doolittle figuram entre os escritores e poetas seduzidos pela que é considerada uma das obras-primas da arte medieval.
domingo, 6 de outubro de 2013
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Grandes autores à vista.
ResponderEliminarOlá Helena Frontini;
ResponderEliminarGrandes nomes, com certeza. Por cá, já lemos "Os Filhos da Meia-Noite" e recomendamos!
Boas leituras!