Título: A Luz Entre Oceanos
Autor: M. L. Stedman
Editora: Editorial Presença
Sinopse:
Estreia de M. L. Stedman, A Luz Entre Oceanos, uma edição de origem australiana tem provocado uma enorme expectativa nos editores de todo o mundo. O livro foi o grande protagonista da Feira do Livro de Frankfurt de 2011 e uma das obras mais disputadas para publicação.
Premiado com dois galardões australianos, em Fevereiro de 2012, A Luz Entre Oceanos foi capa da revista literária inglesa Bookseller e tem recolhido críticas muito positivas, tanto por parte de leitores, como dos especialistas. Chega agora a Portugal com a chancela da Editorial Presença.
1926. Tom Sherbourne é um homem que, regressado dos horrores da Primeira Guerra Mundial, aceita ocupar o posto de faroleiro numa remota ilha ao largo da costa oeste australiana. Os únicos habitantes de Janus Rock, Tom e a sua esposa Isabel vivem uma vida pacata, isolados do resto do mundo. Numa manhã de Abril dá à costa um barco que transporta um homem morto e um bebé que chora - mudando para sempre o destino do jovem casal. Só anos mais tarde vão descobrir as terríveis consequências da decisão que tomaram naquele dia - à medida que a verdadeira história daquela criança se revela… Esta é uma história sobre o bem e o mal, e de como por vezes se confundem.
Opinião:
"A Luz Entre Oceanos" é uma surpresa. Com uma capa deliciosa e uma
sinopse enigmática, não percebi bem o que me esperaria com a sua
leitura. No entanto, uma vez iniciada, foi impossível parar. Tom e
Isabel são um casal do seu tempo e da sua terra. Marcados pela guerra de
diferentes maneiras, encontram um no outro amor e tranquilidade,
sublinhados de forma extrema pelo quase exílio a que se sujeitam com o
trabalho de faroleiro que Tom aprende a amar.
A vida corre ao seu próprio ritmo, enquanto assistimos à forma como
estas personagens se moldam um ao outro enquanto casal, de forma fácil
entre paixão e novidade, tornando-se progressivamente mais difícil com
as inevitáveis dificuldades que lhes surgem no caminho. É perturbador a
forma real e serena com que a autora nos transporta pela sua relação.
Com a entrada de um bebé em cena, toda a trama se complica.
A intensidade e complexidade emocional sofrem um crescendo que, surpreendentemente, conseguimos acompanhar. Não há uma única personagem
com quem não tenha sentido empatia. No bom e no mau, no certo e no
errado, Stedman pinta cada personagem com uma clareza e beleza tais, que
conseguimos apenas aceita-los e acompanhá-los como seres humanos que são.
Um livro de rara beleza. A qualidade emocional espelhada a cada
página conseguirá trazer todos os leitores até um limbo improvável entre
beleza e assombro, curiosidade pelo alheio e introspecção inesperada.
Porque todos nós temos um pouco de certo e errado, nem sempre
catalogados como o que realmente são.
Delicioso.
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