Título: Montespan
Autor: Jean Teulé
Editora: Guerra e Paz
Sinopse:
No tempo de Luis XIV (1638-1715), ter a mulher na alcova do
monarca era para um nobre uma inesgotável fonte de
privilégios. Não admira, por isso, que no dia em a escolha
daquele que foi cognominado o Rei-Sol recai sobre Madame de
Montespan, a corte em peso felicite o afortunado marido. Era
conhecer mal o marquês de Montespan: Louis-Henri de
Pardaillan está perdidamentep aixonado pela sua esposa e
nada o dispõe àcomplacência para com o favor real.
Inconsolável, o marquês faz pintar o seu coche de umpreto de
luto, ornamenta-o com gigantescos cornos e empreende uma
guerra sem tréguas contra o homem que ousou profanar uma
união tão perfeita. Recusando honras e prebendas, indiferente
a ameaças, a tentativas de assassinato, a processos que o
levaram ao cárcere e à ruína, o temperamental gascão persegue com o
seu ódio o homem maispoderoso do planeta, na tentativa vã de
resgatar a sua amada.
O talento e a verve de Jean Teulé prestam uma homenagem a
um singular e esquecidopersonagem, um dos primeiros
homens que ousou enfrentar abertamente um poder férreo e
absoluto que só viria a ser destruído muitos anos mais tarde,
com a Revolução Francesa.
Opinião:
O meu conhecimento da história francesa passa na sua totalidade por todas as versões imagináveis de "Os três Mosqueteiros", "Joana D'Arc" e "Maria Antonieta", perdendo-se em tudo o que tenha acontecido nos entretantos.
Ler sobre um homem que terá feito frente ao famoso "Rei Sol", cujo nome não soa desconhecido mesmo aos meus ouvidos, fez-me ficar curiosa. Adultério, entre outras enormidades, não me chocam quando relacionadas com a época em questão, muito menos quando se trata de uma corte, ainda menos sendo a corte francesa. O que surpreende é a revolta perante essa situação. Montespan terá sido o Homem da sua época. Como Teulé o descreve, sempre entre a piada sarcástica e a crueza da sociedade da época, Montespan quase parece ser o príncipe encantado, que a esposa troca de bom grado pelo Rei de França. Inconformado pela perda da sua amada, única amada, este homem abraça a desgraça que o desfavor real lhe traz, vivendo em luto até à morte.
Um livro de leitura rápida, chocante por vezes, crua, outras vezes, mas surpreendente.
Será uma leitura diferente, mas não será intuitiva. No entanto, considerando as gargalhadas que me arrancou, será um livro que merece uma oportunidade. Sem sombra de dúvidas, uma companhia diferente para este Verão!
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