Um dia, quando ela, a minha sogra, se preparava para ir para a praia com o seu belo fato de banho preto com rosas verdes e saiote compreensivo e vestida por cima com um vestido próprio de ir para a praia, calçada com sandálias brancas de salto alto próprias para ir para a praia e um chapéu de pano cheio de flores coladas, também de pano, próprio para ir para a praia e uns grandes óculos escuros, perguntei-lhe:
«Gosta desse seu fato de banho? Gosta mesmo? Da saiazinha a tapar as pernas e o desenho do rabo?»
Ela parou entre portas, tirou os óculos escuros e olhou para mim com o ar mais triste deste mundo e, com a boca praticamente fechada, murmurou qualquer coisa parecida com isto: «Sabes o que é que eu gostava mesmo? Era de me enterrar completamente nua na areia e sentir a areia húmida nas pernas, que me chegasse até às coxas, até às ancas e que eu me deixasse enterrar tanto e tanto e tanto que pudesse desaparecer para nunca mais ser vista…»
Isto disse a minha sogra entre portas. E saiu.
Uma mulher e um achado assombroso que revela instantâneos de uma juventude enterrada na rotina dos dias. Um passado vivido ao longo dessa emblemática estrada que liga a dourada sociedade da Linha de Cascais à cidade de Lisboa. Onde começa a margem e termina o «dever ser» para uma jovem portuguesa, nas décadas de 50 a 70 do século passado? Pode uma dúzia de imagens de um passado rebelde abalar a calma de um presente sem cor? Uma vez mais, a voz literária de Cristina Carvalho arrasta-nos para um território humano que não se rende às conveniências, nem às evidências. Uma voz sempre aberta ao inesperado e que nos surpreende a cada história para a qual nos convida a entrar. No submundo mágico da Londres vitoriana, Tessa Gray encontrou por fim a segurança com os Caçadores de Sombras. Mas esta torna-se efémera quando forças desonestas na Clave se revelam para destruir a sua protectora, Charlotte, e substituí-la como chefe do Instituto. Se Charlotte perder a sua posição, Tessa será posta na rua - e presa fácil para o misterioso Magister, que deseja usar os poderes de Tessa para os seus fins obscuros. Com a ajuda do bonito e autodestrutivo Will e do devotado e dedicado Jem, Tessa descobre que a guerra do Magister contra os Caçadores de Sombras é pessoal. Ele culpa-os de uma tragédia íntima que lhe destruiu a vida. Para desvendar os segredos do passado, o trio viaja através das névoas do Yorkshire para uma mansão que contém horrores indizíveis, dos bairros-de-lata de Londres para um salão de baile encantado, onde Tessa descobre que a verdade sobre a sua paternidade é mais sinistra do que alguma vez imaginou. Quando encontra um demónio mecânico com um aviso de Will, apercebe-se que o Magister sabe de todos os seus movimentos… e que um deles os traiu. Tessa descobre que o seu coração está cada vez mais atraído por Jem, apesar do seu anseio por Will e dos sombrios estados de alma que continuam a abalar a sua confi ança. Mas algo está a mudar em Will… a parede que construiu à sua volta desmorona-se. Conseguirá o Magister libertar Will dos seus segredos e dar a Tessa as respostas sobre quem é e para que nasceu? A verdade leva os amigos para o perigo, e Tessa descobre que quando o amor e mentiras se misturam podem corromper até o coração mais puro.
Quando uma editora lhe solicitou que escrevesse um prefácio ao romance do falecido marido, Edna decide escrever um livro autónomo «não apenas sobre Clarence mas também sobre a minha vida, porque ninguém pode aspirar a conhecer Clarence sem isso».
Ao mesmo tempo, a vizinha pede-lhe que tome conta do seu apartamento repleto de plantas e animais. As exigências dos seres vivos - uma ratazana, peixes, fetos - competem pela atenção de Edna com recordações há muito reprimidas. Dia após dia, páginas de pensamentos aparentemente aleatórios brotam da sua máquina de escrever. A pouco e pouco, toma forma no mosaico de recordações a história de um casamento notável e de uma mente levada ao limite.
Serão as recordações de Edna uma homenagem ao marido ou um acto de vingança? Terá sido a vítima culta e hipersensível de um marido bruto e ambicioso, ou terá ele tido que cuidar de uma mulher neurótica e louca? Cabe ao leitor decidir.
Em As Recordações de Edna, Sam Savage criou, mais uma vez, uma personagem marcada pela contradição - ao mesmo tempo atraente e exasperante, cómico e trágico.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
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