Título: O Último Bailarino de Mao
Autor: Li Cunxin
Editora: Livros D'hoje
Sinopse:
«Esta é a minha história. Nela incluo as recordações dos anos que passei
na China de Mao. É a história da minha família. É a viagem que
efectuei, desde as primeiras lembranças, passando pela descoberta da
dança, até ficar a viver no Ocidente. A História pode apresentar
registos diferentes, os outros também, no entanto, as histórias aqui
contadas são tão verdadeiras para mim agora como sempre o foram. São
reminiscências que encerram os tesouros que guardo no coração.»
Assim escreveu Li Cunxin na primeira edição das memórias que são agora
um grande sucesso de livraria. Tal como a viagem da extrema pobreza até
ao estrelato internacional é um sonho tornado realidade, também a
narrativa da história da própria vida o levou a lugares nunca antes
imaginados. Desde o lançamento em 2003, O Último Bailarino de Mao vendeu
mais de 400 000 exemplares e surge regularmente nas listas dos mais
vendidos. Agora, decorridos cerca de sete anos desde a primeira edição, a
inspiradora história de coragem e determinação de Li foi adaptada ao
cinema. Nesta edição, Li apresenta-nos três novos capítulos intensos ao
partilhar connosco as experiências da realização do filme, os
sentimentos em relação à China tão profundamente mudada e as actuais
vivências das famílias em Melbourne e Qingdao..
Opinião:
Acredito que seja necessária alguma coragem para pegar neste livro. A vida na China não está entre os cenários mais idílicos para um romance e é longe da área de conforto da maior parte dos leitores. Ainda mais tratando-se de uma autobiografia com um número de páginas considerável. Concordo que não seja uma primeira escolha por excelência, mas vou tentar convencer-vos do contrário.
Li Cunxin vive uma infância de uma pobreza extrema. Pai trabalhador no campo, mãe doméstica e mais seis irmãos. Nove bocas para alimentar com inhames secos. Mas, dá graças a Mao, já que se não fosse pelos seus actos deveriam estar muito pior. Ou, pelo menos, é a propaganda que lhes incutem.
Ser escolhido para ir para Pequim, deu a volta à sua vida, e dá-nos oportunidade de ver uma China diferente. Ainda pobre, ainda manipulada, mas diferente.
A luta que este aluno mediano ou fraco trava para singrar na vida, todo o esforço que dedica a dança, como subir escadas de madrugada com sacos de areia atados à perna, é uma inesquecível lição de perseverança, aplicável a vidas infinitas.
E depois, o olhar sobre a América de um rapaz submerso em comunismo, que esperava encontrar o país mais miserável do Mundo e acaba por ver notas a saírem de máquinas na parede. É lá que encontramos o romance. Tão intenso e complicada que poderia ter culminado numa pequena guerra sino-americana!
Aqui fica, então, um resumo de tudo o que cabe nestas páginas: história, política, dinheiro, esforço, paixão, amor, dança. Uma das vidas que todos deveríamos conhecer.
(E há sempre o filme...)
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