Título: O Perfeito Cavalheiro
Autor: Imran Ahmad
Editora: Bizâncio
Sinopse:
Uma cativante autobiografia que tomou de assalto o mundo literário, que
conquistou o favor da crítica e que tocou o coração de leitores de todo o
mundo. Escrito com humor e funda perspicácia, O Perfeito Cavalheiro é a
história verídica de um rapaz muçulmano que cresceu dividido entre a
sua identidade islâmica e o desejo de integração na sociedade inglesa.
Junte-se a Imran na sua luta contra a corrupção e a injustiça, no seu
eterno desejo de ser o Perfeito Cavalheiro Inglês (Simon Templar, o
Santo) e de ter o carro ideal (Jaguar XJS) e a namorada perfeita
(morena, de preferência, mas não necessariamente). Com um estilo
original e uma honestidade a toda a prova, o livro aborda temas sérios, —
o encontro de civilizações, o prevalecente racismo ocidental — com a
candura de um olhar infantil, divertindo o leitor e convidando-o à
reflexão.
Opinião:
Não será um daqueles livros que nos vem obrigatoriamente parar às mãos mal o vemos numa prateleira mas deem-lhe uma oportunidade, porque o melhor está lá dentro.
O conceito é simples e pode parecer desprovido de interesse: a autobiografia de um rapaz muçulmano e a sua atribulada integração na sociedade inglesa. Como Imran, muitos outros jovens devem ter passado pelas pequenas e dolorosas humilhações dos colegas, os seus insultos inocentemente racistas e a vontade de integrar os costumes dos seus colegas. Um exemplo, porque é que todos os seus amigos recebiam prendas no Natal e ele não? Porque é que ele não pode ser "normal"?
Os anos da infância e início da adolescência serão, porventura, os mais divertidos, mas também aqueles em que mais se nota o sofrimento, sempre descrito com um delicioso humor sarcástico.
Chegando à idade adulta, passamos do rebuliço externo para a conturbada mente religiosa do autor. Esta fase é, na minha opinião, a mais interessante do livro. O autor descreve, com um pouco habitual à vontade, as lutas que travou para escolher em consciência o islamismo. Qual a melhor religião, cristianismo, judaísmo, islamismo...? Todas erradas, todas certas? Se é a religião certa, porquê as burkas, a guerra santa?
Do divertido ao sério, da pena à reflexão, uma autobiografia recheada de temas inesgotáveis, explorados com humor e sinceridade.
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