quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O Médico de Córdova

Título: O Médico de Córdova
Autor: Herbert Le Porrier
Editora: Bizâncio

Sinopse:
Em Córdova, na Andaluzia, o turista ainda hoje pode ver o busto em bronze de uma personagem de rosto emaciado e olhar de águia: a inscrição diz-nos que se trata de Moisés Maimónides, médico judeu, nascido em 1135 nessa cidade, na época em que ela atingira o seu apogeu. Ali viviam em harmonia árabes, cristãos e judeus, oferecendo ao mundo um modelo nunca mais igualado de civilização e de tolerância. Aquele a quem os escolásticos cristãos dariam o nome de «Águia da Sinagoga» por ter tentado, antes de Tomás de Aquino, conciliar a Bíblia e Aristóteles, foi forçado ao exílio devido ao fanatismo dos novos conquistadores árabes. Expulso da Palestina pelos Cruzados, acabou os seus dias no Cairo, como médico e amigo do sultão Saladino, e também enquanto médico dos pobres. Morreu em 1204, tendo deixado uma obra filosófica e científica que iria brilhar ao longo dos séculos por todo o Ocidente. O Médico de Córdova é o romance da sua vida apaixonante. 
Opinião:
Durante um passeio na Andaluzia, perdidos nas ruas estreitas e acolhedoras de Córdova, reconhecemos numa estátua de bronze a capa de um livro. Mal voltei a casa, comecei a leitura, para descobrir como eram a Córdova e a Medicina (principalmente a medicina) do século XII.
O relato sobre a infância de Moisés Maimónides, e as lutas de classes travadas na cidade, entre cristãos, judeus e muçulmanos, é fabuloso. Podem imaginar como seria um mosaico deste género numa época tão tensa em que, ali ao lado, nascia um novo país. Toda a restante história da vida dele, em fuga quase sempre, também ilustra bem a sina habitual do povo judeu. Contado na primeira pessoa, abrangendo, sem receio, pormenores romanceados da vida pessoal de Moisés e da sua família.
Apesar de nos contar o diagnóstico de um caso de lepra, e de alguns tratamentos, a parte médica é pouco explorada, o que me desiludiu um pouco, já que era uma das grandes motivações para esta leitura.

Mas não terminei desiludido, e sim enriquecido de histórias, aromas e visões coloridos das terras tórridas da Andaluzia e do Egipto.

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